ISSN: 2966-0599
v.2, n.9, 2025 (Setembro)
METADADOS
DOI: 10.5281/zenodo.17118050
Author 1: Daniela Cardoso Reis
Biography: Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (2013) pela Faculdade João Calvino. Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena (2010) pela Faculdade Batista Brasileira. Graduada em História pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVAF (2004).
E-mail: dan.reys@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-6867-4880
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ABSTRACT: O processo de alfabetização no Semiárido baiano tem sido marcado, historicamente, pela prevalência de práticas pedagógicas descontextualizadas, que pouco dialogam com as realidades socioculturais e territoriais dos sujeitos. Nesse cenário, a história de Canudos, símbolo de resistência e memória coletiva, é frequentemente silenciada ou tratada de forma superficial, reforçando a lógica de currículos coloniais e homogeneizadores. A ausência desse conteúdo no espaço escolar não apenas fragiliza o vínculo dos estudantes com sua identidade histórica, mas também limita o potencial formativo da alfabetização como prática crítica e emancipadora. A educação contextualizada para a convivência com o semiárido emerge como possibilidade de ruptura com essa lógica, ao propor a valorização dos saberes locais, da ancestralidade e da memória coletiva como instrumentos pedagógicos. Este artigo, fruto de uma revisão narrativa de literatura, busca refletir sobre o papel das memórias de Canudos no processo de alfabetização inicial em escolas públicas, analisando como o ensino da história local pode contribuir para fortalecer a identidade cultural, promover o pertencimento e desenvolver sujeitos críticos e autônomos. A discussão fundamenta-se em autores como Freire (2011), Brandão (2002), Arroyo (2017), Martins (2006) e Silva (2013), que defendem a educação como prática libertadora, dialógica e territorializada.
Keywords: Educação contextualizada; semiárido; Canudos; alfabetização.